Retrato de Aquilino Ribeiro por Victor Palla (1961)  
 


 

PANTEÃO NACIONAL RECEBE OS RESTOS MORTAIS DE AQUILINO RIBEIRO

No momento da trasladação dos restos mortais do escritor para o Panteão Nacional, aprovada pela Assembleia da República e cujas cerimónias ocorrem no dia 19 de Setembro de 2007, a Biblioteca Nacional de Portugal não deixa de assinalar o significado do acto para a memória colectiva portuguesa, reconhecendo o elevadíssimo exemplo de homem de cultura cujo Espólio Literário está à guarda da BNP.

Jovem Aquilino num dos exílios em Paris (1910)

Escritor fecundo cujas qualidades estéticas e humanistas foram no seu tempo reconhecida, Aquilino Ribeiro (1885-1963) deixou outras e profundas marcas de figura representativa do século XX português. Romancista na melhor tradição camiliana, desde Terras do Demo (1919) ou O Malhadinhas (1922) até A Casa Grande de Romarigães, (1957) e Quando os Lobos Uivam (1958), a sua ficção revela no essencial um apego à terra e às gentes, sem descurar a literatura para jovens com O Romance da Raposa (1924) e para crianças com O Livro de Marianinha (1962).

Aquilino Ribeiro na Livraria Bertrand (1953)

Republicano, maçónico e anarquista desde a juventude, conheceu desde cedo o travo da prisão e dos exílios, mantendo uma participação revolucionária muito activa entre os contactos com os regicidas de 1908 e as revoltas contra a Ditadura Militar em 1927 e 1928. Tal não impediu que lhe fosse atribuído o Prémio Ricardo Malheiros em 1933 e tenha integrado a Academia das Ciências de Lisboa em 1935; fundador e presidente da Sociedade Portuguesa de Escritores em 1956, foi proposto para Prémio Nobel da Literatura em 1960.