Agenda 2007 : Lançamento da edição Obras Métricas, de Francisco José de Melo
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2 de Outubro de 2007 | Livraria BNP | 17:30H | Entrada Livre

LANÇAMENTO
da edição Obras Métricas, de Francisco José de Melo

Francisco Manuel de Melo (Lisboa, 1608-1666), fidalgo e Cava-leiro da Ordem de Cristo, foi, desde muito cedo, soldado em terra e no mar. No exercício desta profissão, desempenhou cargos e missões de responsabilidade em que, como todos os do seu tempo, sempre soube procurar tanto recompensas e benesses quanto, muitas vezes, sofrer - nem sempre com o estoicismo que perpassa em diversas obras suas - os reveses da sorte das armas e dos interesses dos homens. Se até 1641 a sua carreira militar está, naturalmente, ao serviço de Filipe IV (III de Portugal), nos anos seguintes estas suas tradicionais e naturais fidelidades tornaram-no suspeito no «Portugal restaurado». Por estas razões - talvez, principalmente -, complicadas com outras que ainda hoje permanecem desconhecidas, passou, num lado e noutro da fronteira, mais de doze anos na prisão. Campanhas militares, anos de reclusão e missões diplomáticas não o impediram - talvez antes o tenham estimulado - de deixar, em português e em castelhano - mais em castelhano do que em português - uma vasta obra de polígrafo.

As Obras Métricas, que há que ver integradas num plano editorial das suas obras maiores - Obras morales (Roma, 1664) e Cartas familiares (Roma, 1664) - em que se empenhou nos últimos anos da sua vida, depois de uma edição parcial (Las tres Musas del Melodino, Lisboa, 1649) foram integralmente editadas em Lyon (1665). Sendo uma vasta antologia da sua produção poética - e até de alguma alheia... -, acolhendo a primeira edição conhecida de “O fidalgo aprendiz”, as Obras Métricas representam, quer pelas suas heranças literárias, quer pelas suas próprias práticas e teorizações poéticas, um dos monumentos mais significativos da poesia peninsular entre - aceite-se a redondeza dos números - os anos vinte e sessenta do século XVII. Apesar de sempre tão reclamada, as Obras Métricas nunca tinham tido uma reedição, o que bem justificará, 340 anos depois, uma segunda edição discretamente modernizada e anotada.

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