De 13 de Julho a 14 de Outubro 2006 – Entrada livre

De Lisboa ao Carregado há 150 anos

Depois de vários projectos e meios empresariais lançados desde 1847 na corrida das linhas férreas portuguesas, abriu em 28 de Outubro de 1856 o primeiro traçado que ligou Lisboa ao Carregado, obra que a Companhia Central e Peninsular dos Caminhos-de-Ferro em Portugal concretizou ao fim de três anos de construção.

Grande ícone da «Regeneração» e da política «fontista» de progresso nacional, os caminhos-de-ferro viriam a ser assumidos, um ano após, pelo próprio Estado, estendendo comunicação ao Porto e à raia interior: a partir de 1860, a Companhia Real dos Caminhos-de-Ferro Portugueses iria construir as Linhas do Norte e do Leste, fixando um traçado que, juntamente com o do telégrafo que o acompanhava de perto, foi o grande traço de união do espaço comunicável em Portugal até finais do século XIX.

Constituindo, mesmo em termos culturais, um eixo de comunicação dos principais centros de uma cultura urbana em desenvolvimento, o progresso dos caminhos-de-ferro esteve longe de colher unanimidade dos principais representantes das letras nacionais da época. Basta lembrar, por célebre que se tornou, a posição de Almeida Garrett que, nas Viagens na Minha Terra, advogava a alternativa dos «caminhos de pedra».
Com a colaboração da Associação Portuguesa dos Amigos dos Caminhos-de-Ferro, a Biblioteca Nacional de Portugal realiza esta mostra evocativa, lembrando, a propósito o reflexo do novo meio de transporte na literatura portuguesa dos séculos XIX e XX.