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De 27 de Setembro a 17 de Novembro de 2007 - Entrada livre
MOSTRA DOCUMENTAL
Folhetos de Cordel e outros da colecção de Arnaldo Saraiva
Inventada pouco depois da descoberta da imprensa, a “folha”, ou a “folha volante”, ou o “papel” que depois se chamaria “folheto” e “folheto de cordel” não tem merecido grande atenção por parte da generalidade dos estudiosos portugueses. E no entanto quer a quantidade enorme de folhetos que se produziram até meados do século XX, quer as espantosas tiragens e reedições de muitos deles, quer a qualidade literária, documental, crítica ou humorística que alguns exibem justificariam inventários e estudos como os que têm contemplado idênticos folhetos de Espanha ou do Brasil. Mesmo se marginalizados pelas classes cultas, os folhetos de cordel cumpriram ao longo de séculos nobres funções didácticas e distractivas junto de comunidades por onde circulavam com mais facilidade do que o livro de bolso (que com o jornal, a rádio e a televisão contribuiu para a sua morte). A genérica – e “vulgar” – alusão depreciativa à “literatura de cordel” só pode denunciar preconceito e ignorância.
Raro estudioso deste meio de comunicação popular, Arnaldo Saraiva chama a atenção para a variedade de tipos ou modalidades de folhetos de cordel, em verso ou em prosa, mas também nota as suas afinidades e os seus circuitos: «Expostos em pequenas lojas, escadas e paredes urbanas ou à cintura de cegos, e visando a população em geral (até mesmo a analfabeta), não é difícil prever características quase obrigatórias destes folhetos: pequeno formato, pouco peso ou reduzido número de páginas, título chamativo, capa com gravura ou xilogravura, papel barato, baixo custo tipográfico, língua comum, temas de fácil consumo, personagens logo identificados como heróis e vilões, culto do melodramático ou do crítico e do jocoso, etc.»
Proveniente de uma excepcional colecção particular com largas centenas de exemplares, o conjunto de que a mostra documental é parte constitui uma demonstração da importância destes objectos culturais ainda tão desprezados e desconhecidos nos domínios da literatura e da história da cultura.
Horário
de visita à Exposição:
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Dias úteis: 10h - 19h
Sábados: 10h - 17h
Encerra Domingos e feriados
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