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De
18 de Julho 2002 a 26 de Outubro 2002.
Entrada Livre.
"Leilões
De Livros: Erudição, Coleccionismo e Negócio (Séculos
XVIII-XX)" "A abrir, do tempo
de "O Magnânimo", da Patriarcal, da Academia da História,
da Symmicta Lusitanica, expõe-se o catálogo de M. Couvay (1728),
Cônsul Geral da Nação Portuguesa e, como galhardamente ostenta
o Catalogue, Cavaleiro de Cristo, cujo prestígio se estendia às
letras: "riche bibliothèque", no dizer de Lafitau. Bem mais conhecido,
e também de Paris, é o catálogo de Ribeiro Sanches, de 1783,
médico e andarilho, que viu Portugal de além-Pirinéus e à
distância de quarenta anos... [...] O trabalho de Inocêncio
evoca necessariamente a exclaustração, aspecto importante da vida
portuguesa encetada em 1834. [...]Livros de casas religiosas foram carregados,
incorporados e distribuídos a esmo, enxurradas sem rumo e sem norte. As
campanhas da Península ou os pródromos da Monarquia Constitucional
permitiriam também explicar a venda de manuscritos de Santa Cruz de Coimbra,
mais tarde (1871-73), em Gand, um dos pontos produtores da panfletada liberal.
E em 1870, De Michelis comprou em Coimbra livros dos conventos. Sem dúvida
na sequência de Évoramonte vem o catálogo de 1835 - catálogo
em francês (aliás, eivado de erros) - saído da tipografia
de Manuel de Jesus Coelho que anunciava a venda pública em Agosto, no Largo
de São Roque, Lisboa, "pour cause de dépard" (sic). [...] Desde
1864 afirma-se Francisco Artur da Silva. Livreiro e editor, ao longo de quase
cinco décadas mais de 50 bibliotecas -herdadas ou adquiridas- lhe passaram
pelas mãos, de que a listagem mais completa será a que consta do
catálogo de leilão de Monteverde da Cunha Lobo (1912): a de José
de Torres (1875), os manuscritos dos Marqueses de Castelo Melhor (1878), a de
Silva Túlio e Quintela Emaús (1884), a do Conde de Linhares (1895),
a de José Maria Nepomuceno (1897), a de Pereira Merello (1898)... . Intensa
actividade, manifestada também pela difusão dos catálogos:
Santarém, Viseu, Lamego, Braga, Guimarães, Évora, Figueira,
Silves, Ilha da Madeira, Ilha do Faial, Ilha de S. Miguel, Ilha de Angra do Heroísmo
(sic), Rio de Janeiro, Pernambuco, Pará, Barcelona, Málaga, Stuttgard,
Mayence. Também o primeiro catálogo dos livros de Inocêncio
(Lisboa, 1877) incluía as condições e nota em francês,
sumariada em inglês, informando, de modo impreciso, do envio a "un
grand nombre de cercles scientifiques et littéraires" e às
principais academias e bibliotecas: Brasil, França, Inglaterra, Itália,
Alemanha, Bélgica, rematando com um enigmático "etc."[...] Mais
que métodos e sistemas, os catálogos traduzem e repercutem interesses
específicos, com bom lugar para a vaga de comemorações que
do último quartel do século XIX se continuou no século XX:
Camões (1880), Pombal (1882), Santo António (1894), o Infante D.
Henrique (1895), o centenário da Índia (1897-98), Ceuta e Afonso
de Albuquerque (1915), o centenário de Vasco da Gama (1924)... [...] Leitura
e colecção, mecanismos de comércio e de gosto. Ideias artísticas
e estéticas, políticas, éticas e sociais; literatura e ciência,
história e medicina, humanidades, coisa vária...; erudição
ou délassement; o livro raro, porventura único -de tudo há,
tudo perpassa nos catálogos ! Instrumentos relevantes, pois, na Casa de
Livros que é a Biblioteca Nacional." (Excertos
de "Leilões de livros: erudição, coleccionismo e negócio
(séculos XVIII-XX)" de Luiz Farinha Franco e Ana Isabel Líbano
Monteiro) Julho 2002
Horário de
visita à Exposição: |
Dias úteis:
10h - 19h
Sábados: 10h-17h
Encerra domingos e feriados |
Entrada
Livre. Para mais informações sobre
este evento contacte o departamento de Relações
Públicas e Divulgação Cultural da Biblioteca Nacional.
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