F: Susana Paiva
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De 19 de Dezembro de 2006 a 13 de Janeiro de 2007 na Sala de Referência | Entrada livre

MOSTRA EVOCATIVA
Mário Cesariny, 1923-2006

Poeta e pintor, Mário Cesariny de Vasconcelos nasceu em Lisboa, a 9 de Agosto de 1923, e morreu na mesma cidade, a 26 de Novembro de 2006. Frequentou o Liceu Gil Vicente e a Escola de Artes Decorativas António Arroio e fez estudos na área da música, com Fernando Lopes Graça. Integrou uma tertúlia no Café Herminius, com Cruzeiro Seixas, Pedro Oom, Vespeira e Júlio Pomar, entre outros. Em 1945 escreveu os poemas de Nobilíssima visão, livro publicado em 1959. Dois anos mais tarde visitou Paris, cidade onde conheceu André Breton. Atraído pelas propostas do movimento surrealista, fundou o Grupo Surrealista de Lisboa, com Alexandre O’Neill, António Pedro, António Domingues, Fernando Azevedo, João Moniz Pereira, José Augusto França e Vespeira. No ano seguinte, abandonou este grupo e criou Os Surrealistas com António Maria Lisboa, Carlos Eurico da Costa, Cruzeiro Seixas, Fernando Alves dos Santos, Fernando José Francisco, Pedro Oom e Henrique Risques Pereira. Adoptou uma atitude estética de constante experimentação, evidente nas suas primeiras colagens e pinturas, e que é visível em toda a obra plástica de Cesariny. Participou na I e II Exposições dos Surrealistas, que teve lugar, respectivamente, na sala de projecções da Pathé-Baby (1949) e na Bibliófila (1950). Crescentemente dedicado à escrita, Cesariny publicou Corpo visível (1950), Discurso sobre a reabilitação do real quotidiano (1952), Louvor e simplificação de Álvaro de Campos (1953), Manual de prestidigitação (1956), Pena capital (1957), Alguns mitos maiores e alguns mitos menores postos à circulação pelo autor (1958), Poesia: 1944-1955 (1961), Planisfério e outros poemas (1961), Um auto para Jerusalém (1964), As Mãos na Água a Cabeça no Mar (1972), Burlescas, Teóricas e Sentimentais (1972), Titânia e A cidade queimada (1977), Primavera autónoma das estradas (1980), O Virgem Negra: Fernando Pessoa explicado às criancinhas naturais & estrangeiras (1989). A sua obra teórica sobre o Surrealismo integra A intervenção surrealista (1958), a organização e autoria parcial da Antologia surrealista do cadáver esquisito (1961) e dos volumes Surreal-Abjection(ismo) (1963), A intervenção surrealista (1966) e Textos de afirmação e de combate do movimento surrealista mundial (1977). É também o autor de Vieira da Silva – Arpad Szènes, ou O Castelo Surrealista (1984). Traduziu Rimbaud (Iluminações e Uma cerveja no inferno), Artaud (Heliogabalo ou o anarquista coroado), Novalis (Fragmentos), Luis Buñuel (Hamlet), C.-F. Ramuz (História do soldado) e outros. Organizou uma antologia de Poesia de Teixeira de Pascoaes (2004) e os Aforismos (1998) do mesmo poeta, um dos seus poetas maiores. Para a Biblioteca Nacional co-organizou a exposição, e respectivo catálogo, sobre Raul Brandão (1980), comissariou outra referente a Três poetas do surrealismo (1981), bem como os respectivos catálogos, preparou uma Horta de literatura de cordel (1983), tendo deixado colaboração na primeira série da Revista da Biblioteca Nacional. Foi agraciado com a Ordem da Liberdade, em 2005.

Ver sobre Mário Cesariny:

Mário Cesariny voltou a voar / Cláudia Luís
O gato abriu a janela e saltou para a noite / Elisabete França
'É rir, rir, tendo consciência da tragédia' / Isabel Lucas
Como estar egípcio e mudado / Pedro Mexia
O sublime insubmisso / Pedro Mexia
O talento multifacetado de Cesariny / Rui Mário Gonçalves


Horário de visita à Exposição: Dias úteis: 10h - 19h
Sábados: 10h -17h
Encerra domingos e feriados